HISTÓRICO - DE ITINGA DA SERRA A ANTÔNIO GONÇALVES
Itinga: palavra de origem indígena que significa água branca ou rio branco.
Antonio Gonçalves: nome dado em homenagem a um médico baiano, nascido em 22
de novembro de 1877 na Fazenda Piabas, município de Campo Formoso, notável
por sua atuação política e assistencial em toda região. Foi intendente municipal,
vereador e presidente do Câmara Municipal, em Senhor do Bonfim. Morreu em 04
de agosto de 1945.
Os registros mais antigos de Antonio Gonçalves remontam a 1910, a
partir de uma fazenda de cana-de-açúcar situada às margens do rio Água Branca,
propriedade de Antonio Pereira Guirra.
A região era originalmente habitada por índios Tapuia e foi desbravada
por padres missionários da Ordem dos Franciscanos, a partir da fundação do
“Arraial de Missão de Nossa Senhora das Neves de Saly”, em 1677. A missão,
portanto, marca a conquista do sertão baiano, a partir da busca por ouro e pedras
preciosas, o doutrinamento de índios e a criação de gado.
Da fazenda denominada Água Branca, teria surgido o povoado Pau-Ferro,
nome de uma árvore, à beira do rio, que impressiona pela resistência de sua
madeira, quase tão dura quanto o ferro! A principal atividade econômica da época
estava ligada ao plantio de cana-de-açúcar para a fabricação de rapadura nos
engenhos movidos a bois. Além dos engenhos, havia a criação de gado que também
marcava a paisagem com seus vaqueiros, currais e muitas histórias.
Mais tarde a construção da estrada de ferro pela Leste-Brasileiro, ligando
Senhor do Bonfim a Pindobaçu, alterou o crescimento de Pau-Ferro, deslocando
o povoado para perto da estação ferroviária, que foi construída mais acima, em
local mais plano, sendo inaugurada em 18 de março de 1916, já com o nome de Itinga.
Esse deslocamento gerou polêmicas e hostilidades entre os chefes políticos de então,
representados pelos senhores Antonio Pereira Guirra (em defesa do Pau-Ferro) e
Gautiel José Lopes, que liderava os movimentos de mudanças. Com a transferência
da feira de Pau-Ferro para o novo local, em novembro de 1917, as hostilidades
se acentuaram de parte a parte, tendo o orgulhoso Antonio Guirra demonstrado
seu inconformismo até a morte, jamais pisando o solo da emergente Itinga.
Em 1954, a mesma foi elevada à categoria de Vila, denominada Itinga da Serra,
sendo assim distrito de Campo Formoso. Com a elevação a essa categoria e a
construção da estrada de ferro, o movimento dos trens pulsava forte o coração
da Vila, com o vai e vem de pessoas, mercadorias e sonhos, sendo a única forma
regular de transporte ligando Itinga a Senhor do Bonfim, Campo Formoso e Pindobaçu.
Entre os anos 1960 a 1962, quando o então povoado de Itinga da Serra
era administrado pelo município de Campo Formoso, a professora Araguacy Gonçalves,
juntamente com outros correligionários, iniciou o movimento que culminou com
seu desmembramento de Campo Formoso. Na época, ou seja, precisamente em
1962, houve uma eleição para escolha do primeiro gestor municipal. Concorreram além
da profª. Araguacy Gonçalves, outros candidatos, porém a mesma foi eleita tornando-se
a primeira prefeita do nosso município. Passou a existir também a Câmara de
Vereadores composta por nove vereadores, os quais não eram remunerados.
Em 5 de julho 1962, ocorreu a emancipação política do município pela lei
estadual n° 1699, D.O.10.07.1962, o qual recebeu o nome de Antonio Gonçalves,
em homenagem ao médico que prestou relevantes serviços à população da região.
HISTÓRICO DAS ADMINISTRAÇÕES ANTERIORES
ANTIGOS ADMINISTRADORES
1963-1965 (Araguacy Fonseca Gonçalves)
1965-1967 (Minervino Vieira)
1967-1971 (João Batista de Queiroz)
1971-1973 (Osvaldo Braz de Santana)
1973-1977 (Luiz Pereira de Souza)
1977-1983 (José Alves de Souza)
1983-1989 (Osvaldo Braz de Santana)
1989-1992 (Luiz Gonzaga Amorim Cardoso)
1993-1996 (José Lopes de Amorim)
1997-2000 (Luiz Gonzaga Amorim Cardoso)
2001-2004 (Luiz Gonzaga Amorim Cardoso)
2005-2008 (Roberto Carlos Dantas Lima).
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POVOADOS E DISTRITOS
Povoado de Bananeira dos Pretos.
É um povoado remanescente de quilombo, com casas de taipa, de adobe, e poucas casas de blocos, onde as pessoas vivem coletivamente e apresentam um sentimento de que pertencem àquele lugar.
Com uma população de 58 famílias vivem da agricultura de subsistência, plantando cana-de-açúcar para a fabricação de rapadura e de mandioca para a fabricação de farinha.
Povoado de Sapé
Recebeu este nome por localizar-se a beira da barragem do nosso município, possui uma população com 24 famílias que com sua forte religiosidade vão vencendo as dificuldades, já que são pessoas que sobrevivem da agricultura de subsistência e de programas sociais do governo federal.
Povoado de São João
O significado de seu nome é devido a uma planta denominada de São João, que infelizmente devido ao desmatamento não é mais tão abundante na região. A mesma tem uma população em torno de 53 famílias, que vivem em uma área de 3,3km2 , sobrevivendo também da agricultura de subsistência, plantando feijão, fumo, milho completando a renda com os produtos oriundos do ouricuri.
Povoado de Olhos D’água
Os primeiros moradores batizaram o povoado com nome, devido a uma nascente de água que havia no lugar. Com 33 famílias é um povoado que sobrevive da agricultura de subsistência.
Povoado de Baixinha
Surgiu a partir de uma doação de terra feita para sete famílias, que iniciaram a construção de suas casas em uma grande baixa, ao pé da serra. A população atual é constituída de 161 famílias que sobrevivem da agricultura de subsistência e de programas sociais do governo federal.
Povoado de Pau Torto
Os mais idosos chamam de Pau Torto por que existia uma árvore com o tronco torto. Possuindo uma vegetação variada, as 04 famílias que habitam o local sobrevivem do plantio de mandioca, banana e café.
Povoado de Mucambo
A referida comunidade remanescente de quilombo, entre 1903 e 1908, teve como teve como principal personagem uma senhora chamada Mucambo, daí a origem do seu nome. Com uma população de famílias, vivem do cultivo de banana, jaca e mandioca.
Povoado de Brejão da Grota
O significado do seu nome provém da sua localização, uma área de brejo e grota. A população local é composta de, aproximadamente, 174 famílias que, reunidas em associações, complementam a renda com costuras, bordados e a fabricação de doces, uma pequena parte é funcionário público do município, além de possuir um pequeno comércio e praticam a agricultura de subsistência.
Fazenda Saco
A origem deste nome vem do fato do mesmo ter servido de esconderijo para os negros escravos. Hoje habitam 11 famílias que sobrevivem da agricultura de subsistência.
Fazenda Baixa Grande
Este povoado tem um número bem reduzido de habitantes, sendo formado por famílias. Antes conhecido por Catuabo, devido aos vizinhos dos Catuabos dos Arcelino e dos Franciscanos. Em 10 de março de 1943, passou a ser chamado de Baixa Grande por estar localizado em lugares de baixas. Assim como as outras localidades esta
comunidade é totalmente rural, com poucas oportunidades, favorecendo o êxodo rural.
Povoado de Caldeirão do Mulato
Esta começou com dois irmãos vindos do Piauí, Antonio Mulato e José Mulato. O Sr. Antonio Mulato ficou maravilhado com os caldeirões de pedras (buracos nas lages, obras da natureza) e resolveu residir no local, construiu casa e batizou o local como Caldeirão do Mulato. Seu irmão decidiu seguir viagem e estabeleceu-se em terras vizinhas. Hoje o povoado conta com um pequeno comércio, algumas associações de produção de mel e corte e costura, além de praticarem a agricultura, também exploram o ouricuri que é encontrado com abundancia no local. È a maior comunidade do município com 279 famílias residindo no local.
Fazenda Barra
Recebeu este nome devido ao encontro das águas do rio Aipim e do rio Água Branca. É uma comunidade bastante pequena sendo constituída de apenas famílias, que habitam em uma área de aproximadamente 700 m². A comunidade é totalmente agrícola, plantando feijão, milho e mandioca.
Fazenda Conceição
Assim chamada por causa de uma irmã conhecida como Conceição, que mais tarde foi canonizada, tornando-se padroeira da comunidade. Possui 46 famílias que sobrevivem da plantação de feijão, milho e mandioca.
Recentemente a comunidade foi reconhecida como remanescente de quilombos.
Fazenda Lagoa Grande
Recebeu este nome devido ao grande acúmulo de água em uma lagoa. Hoje habitada por 69 famílias, as quais sobrevivem do cultivo de feijão e milho.
Fazenda Santana
Esta comunidade recebeu este nome em homenagem ao primeiro morador da região, o Sr. Joaquim Vicente de Santana. Hoje residem aproximadamente 45 famílias, que sobrevivem do cultivo de feijão, milho e mandioca.
Fazenda Grota da Gia
A origem deste nome remonta a um dos primeiros moradores, descendente de uma família (de sobrenome Gia) vinda Campo Formoso, município vizinho, e pelo mesmo localizar-se em terreno de grota. Hoje com aproximadamente 20 famílias habitando o local, cultivando banana, jaca e manga.
Fazenda Caraíba
Foi assim chamada porque na região era comum uma planta conhecida como araíba. Alguns anos depois os moradores passaram a chamar Caraíba. É uma comunidade muito pequena com apenas 26 famílias, que sobrevivem do plantio de banana, jaca e manga.
Fazenda Pateiro
Assim como a fazenda Grota da Gia e a fazenda Caraíba, a fazenda Pateiro é uma região também de grota, e como contam os mais velhos serviu de refúgio para muitos escravos. Hoje, um número reduzido de famílias, apenas 11, habita o local e trabalham com o cultivo de banana, jaca, manga e verduras.
Fazenda Água Branca
Os mais idosos assim o chamaram, devido às nascentes do rio Água Branca. É uma comunidade composta de 30 famílias que praticam o cultivo de frutas e verduras, contribuindo com a economia local.
Fazenda Alto dos Mateus
A primeira família a habitar este local deu o referido nome para diferencia-lo de uma localidade vizinha conhecida como Alto da Barra. Porém o lugar é conhecido por todos como Alto da Cajazeira, devido a uma arvore grande que fica em destaque na beira da pista a “cajazeira”.
Com aproximadamente famílias, a comunidade sobrevive do cultivo de milho, feijão, e mandioca.
Fazenda Macacos
Esta é uma comunidade reconhecida pelo governo federal como remanescente quilombola, recebendo este nome porque negros que fugiam da escravidão passaram a habitar este local, destacando-se pela forma coletiva e solidária como viviam. As 13 famílias que habitam a comunidade praticam a agricultura de subsistência plantando milho, feijão, andu, mamona e mandioca, além de complementar a renda com programas sociais do governo.
Fazenda Jibóia
O nome da comunidade tem tudo a ver com sua estrutura física, que lembra o corpo de uma jibóia, que como contam os mais velhos, vivia na beira do rio, sempre “passeando” de um lado para outro. Com 168 famílias habitando a comunidade sobrevivendo da plantação de milho, mandioca e dos produtos oferecidos pelo ouricuri e algumas pessoas que trabalham no serviço público.
Fazenda Atravessado
Contam os mais velhos que há muitos anos um boi morreu atravessado entre árvores. Assim como as outras comunidades já citadas, esta também é bem pequena, sendo formada por aproximadamente 21 famílias, que sobrevivem da agricultura de subsistência plantando milho, feijão e mandioca.
IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE ANTÔNIO GONÇALVES
CNPJ: 13.908.728/0001-68
ENDEREÇO: Otávio Mangabeira, Nº 46, CEP: 44780-00
TELEFAX: 74 3547-2580
2- GESTOR MUNICIPAL
ROBERTO CARLOS DANTAS LIMA - 2009-2012
3- SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA SECRETÁRIO: ROGÉRIO DE SOUZA ALEXANDRE TELEFONE: 74 3547 - 2629 |
Eu amo esta cidade maravilhosa,saudades.
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