sábado, 8 de setembro de 2012

Flanelinha inova e leva até máquina de crédito e débito para rua

FLANELINHA

Ele garante que já chegaram a passar R$ 100 pelos serviços que oferece na sinaleira, entre a avenida Jorge Amado e a Rua das Araras, no Imbuí
“É sim, de verdade, nada de subterfúgio”, repete Fábio Santana, 31, a quem o vê andar com uma máquina de cartão de crédito e débito pendurada no ombro.  A frase é de efeito, até porque o equipamento está visivelmente quebrado.
“Mas a GPS tá chegando aí”, esclarece logo, se referindo à máquina que diz usar à tarde e que, afirma, funciona muito bem: o flanelinha garante que já chegaram a passar R$ 100 pelos serviços que oferece na sinaleira, entre a avenida Jorge Amado e a Rua das Araras, no Imbuí.

A tal GPS seu irmão, Ângelo, usa numa loja no Caboatã Shopping, onde trabalha. “Quando ele precisa usar, ele me chama”, explica.Mas, não se tem notícia de um irmão tão brother: nem ele nem a máquina apareceram enquanto o CORREIO fazia a reportagem.

A história lembra a da personagem Adelaide, do metrô do Zorra Total (Globo/TV Bahia), que pede esmola com máquina de cartão. Fábio, porém, diz que a inspiração é outra. “Quem deu a ideia foi minha mulher. Ela viu no YouTube um vídeo de um mendigo que pedia esmola no cartão de crédito. Ela me disse: ‘Já pensou se você tivesse uma máquina de cartão, como ia facilitar?’”.

A materialização do plano mirabolante parece (ou é) roteiro de ficção: ao ver Xanddy, do Harmonia do Samba, parar no sinal vermelho, Fábio implorou pela máquina de um colega vendedor de amendoim. “Ele passou R$ 50 e me deu quatro tíquetes-alimentação”, garante.

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